Teocentrismo x Antropocentrismo
Ao romper com
os paradigmas* defendidos pela Igreja Católica, o Renascimento representou a
ascensão dos ideais burgueses sobre o pensamento e a cultura medieval. A
mentalidade renascentista rompeu com a visão de mundo onde a religião ocupava o
centro de todas as questões (teocentrismo).
Para os
humanistas, o centro de toda e qualquer pesquisa deveria ser o próprio ser
humano (antropocentrismo) e não a religião, como acontecia anteriormente.
Como
resultado imediato disso, a Igreja deixou de ser vista como aquela que tinha as
respostas para todos os problemas da vida e da sociedade.
Com suas
estruturas ideológicas abaladas, a Igreja Católica perdeu muito de seu poder
político e, por incrível que possa parecer, também perdeu muito de seu
prestígio mesmo no meio religioso, pois novas interpretações, principalmente
humanistas, sobre a religião passaram a surgir, principalmente após a Reforma
Protestante.
Antropocentrismo
(do grego anthropos, "humano"; e, kentron, "centro") é uma
concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do
entendimento dos humanos, isto é, o universo deve ser avaliado de acordo com a
sua relação com o Homem, sendo que as demais espécies, bem como tudo mais,
existem para servi-los. O antropocentrismo coloca o homem no centro do
universo, postulando que tudo o que existe foi concebido e desenvolvido para a
satisfação humana.
O termo tem
duas aplicações principais. Por um lado trata-se de um lugar comum na
historiografia qualificar como antropocêntrica a cultura renascentista e
moderna, em contraposição ao suposto teocentrismo da Idade Média. A transição
da cultura medieval à moderna é frequentemente vista como a passagem de uma
perspectiva filosófica e cultura centrada em Deus a uma outra, centrada no
homem – ainda que esse modelo tenha sido reiteradamente questionado por
numerosos autores que buscaram mostrar a suposta continuidade entre a
perspectiva medieval e a renascentista.
Por outro
lado, e em um contexto moderno, se denomina antropocentrismo às doutrinas ou
perspectivas intelectuais que tomam como único paradigma de juízo as
peculiaridades da espécie animal, mostrando sistematicamente que o único
ambiente conhecido é o apto à existência humana, e ampliando indevidamente as
condições de existência desta a todos os seres inteligentes possíveis.
O
Teocentrismo (do grego, theos "Deus" e kentron "centro",
que significa literalmente "Deus como centro do mundo") é a doutrina
calcada nos preceitos da Bíblia, donde Deus seria o fundamento de tudo e
responsável por todas as coisas.
Esse
pensamento vigorou durante o período da Idade Média, e torna-se oposto à
doutrina posterior, o antropocentrismo bem como aohumanismo renascentista, cujo
foco está sobre o homem como o centro mundo. Destarte, o teocentrismo esteve
focado sobretudo na valorização do pensamento sagrado de forma que o prazer era
visto como pecado. Assim, o desejo divino sobrepõe-se à vontade e racionalidade
humana.
Sem espanto,
o Teocentrismo Medieval representou a relação entre o divino (religião) e os
cidadãos do medievo, ou seja, a existência de uma única verdade, inspirada em
Cristo e nos preceitos da Bíblia. Foi dessa maneira, refutando ideias
científicas e empiristas, que a religião e consequentemente Deus, permaneceu
durante séculos como a figura central e salvadora, presente na mentalidade da
população, bem como nos aspectos sociais, políticas, culturais e econômicos da
época.
Referências:
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